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domingo, 25 de dezembro de 2016

As Relações Intergeracionais na promoção do Envelhecimento Saudável


Os idosos encaram com frequência o envelhecimento como um processo de deterioração e decadência, muitas vezes influenciados por estereótipos criados pela sociedade, como sejam as crenças, o preconceito e a discriminação social, designados por idadismo.

Como consequência a qualidade de vida dos idosos é amplamente afetada por este tipo de ideias pré-concebidas que não correspondem à realidade e podem constituir uma ameaça, assim como criar barreiras à sua funcionalidade.

A imagem negativa dos idosos é essencialmente refletida entre crianças que divergem na perceção que têm sobre este grupo, devido às características sociais e emocionais que os idosos apresentam, como o declínio e isolamento, a fragilidade e doença e ainda ao aspeto físico, como o cabelo grisalho e as rugas.

As Relações Intergeracionais são compreendidas como relações solidárias que se estabelecem entre netos e avós ou entre crianças e idosos. Proporcionam redes de apoio e construção de vínculos e são repletas de significados para ambos os grupos etários.

Quem se recorda com saudade dos momentos passados com os avós?

Os afetos, a partilha de saberes e de experiências, assim como as histórias de vida que nos transmitiram são marcantes e fazem parte da nossa vida.

Aproximar as gerações é fundamental para a desconstrução do idadismo. A partilha de conhecimento e de cooperação mútua proporciona diversos benefícios para os idosos, como a promoção do bem-estar, qualidade de vida e um sentimento de inclusão na sociedade.

Aos idosos por transportarem a sabedoria e os valores, como o respeito, a solidariedade e o afeto que ao transmitirem aos mais novos, estão a contribuir para uma nova aprendizagem e um futuro melhor e em simultâneo a modificar a perceção negativa que têm sobre si.

Às crianças por transportarem a alegria e vitalidade que contagiam positivamente os mais velhos e os convidam a resgatar na memória o passado ao narrarem as suas histórias de vida - ao mesmo tempo ajudam a estimular a sua capacidade cognitiva.

“A criança e o idoso talvez se reúnam em uma dimensão intemporal do ser, a qual eles pertencem por direito, um por não haver ainda saído dela e o outro por tê-la reencontrado” (Novaes, 1997).