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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Jovens NEEF


A situação actual dos jovens portugueses com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos face à educação/formação e emprego, constitui um problema social e uma prioridade para as políticas públicas. Em Dezembro de 2014, cerca de 3 em cada 10 jovens encontrava-se desempregado, de acordo com o Eurostat.

“As inserções profissionais intermitentes, a alternância entre períodos de trabalho e períodos de educação/formação, precariedade prolongada dos vínculos laborais, recurso a modalidades informais de formação ou de autoemprego” (Rowland, Ferreira, Vieira, & Pappámikail, 2014, p. 2), apresentam-se como causas da recessão económica que atingiu o país desde 2009 e traduzem-se em barreiras que os jovens enfrentam no acesso ao emprego.

O conceito NEEF (nem em emprego, nem em educação ou formação) define “a população dos 15 aos 24 anos que não se encontra empregada ou a desenvolver qualquer actividade de educação ou formação” (Rowland et al., 2014, p. 2).

“A taxa de NEEF permite determinar a relação entre a população de jovens de um determinado grupo etário não empregados que não estão em educação ou formação e entre a população total de jovens do mesmo grupo etário” (Torres, 2013, p.42). O indicador da taxa de NEEF é utilizado “para medir, caracterizar e acompanhar a evolução da vulnerabilidade dos jovens face ao mercado de trabalho e à educação em simultâneo” (Torres, 2013, p. 42) e é divulgado a todos os Estados-Membros da União Europeia para a definição de programas que apostem no desenvolvimento em educação/formação e em políticas de promoção do emprego, por parte das políticas europeias.

De acordo com Rowland et al (2014), “o risco de exposição à situação de NEFF no percurso de vida dos jovens encontra-se, em boa medida, associada ao grau de escolaridade obtido”.

Quanto maior for o nível de escolaridade, menor será a taxa de NEEF, constatando-se deste modo que as qualificações representam um factor protector.

Apesar de constituírem um potencial para o país, os jovens enfrentam diariamente inúmeras lutas: 

Para além da situação de desemprego, poderão surgir outros efeitos negativos como a “falta de autonomia, o isolamento, comportamentos de risco e instabilidade na saúde mental e física” (Conclusões do Conselho sobre a melhoria da inclusão social dos jovens que não se encontram em situação de emprego, ensino ou formação, p. C 30/5) e como resultado a exclusão social ou a emigração, situações que podem ter consequências negativas para o jovem que não tem possibilidade de construir um projecto de vida e, de um modo geral para a economia do país.